
Não acredito que João Abreu vença Castro Fernandes nas autárquicas. Não acredito sequer que os social-democratas atinjam os mesmos números de 2005. João Abreu não soube capitalizar o facto de ter sido eleito vereador, e durante os últimos anos ninguém o viu. Vi-o eu, no 25 de Abril, com o olhar triste de um menino que não sabia o que fazia ali, na cerimónia de entrega das Medalhas de Mérito do nosso concelho. Vi-o eu, numa recente visita à minha freguesia, acompanhado de um muito pouco convincente coro de quatro ou cinco vozes e outros tantos rostos ensonados. Não há naquele grupo um rasgo de dinamismo, de modernidade, desse impulso de mudança que a campanha apregoa.
O candidato do PSD e aqueles que o acompanham são amorfos, cinzentões, desconhecidos. E o povo vai mostrar-lhes isso mesmo nas urnas, em Outubro. Disso não tenho dúvidas. João Abreu não tem estaleca para ser presidente de câmara, e os Tirsenses já perceberam isso há muito tempo. Estão habituados a ver na Autarquia um homem enérgico e decidido, que não tem medo da exposição pública, e que regularmente presta contas do seu trabalho. Um homem reconhecido para lá da geografia do Concelho, bem enquadrado no partido que representa, próximo do líder e respeitado em toda a linha socialista. O combate a que João Abreu se propôs é difícil (impossível talvez), mas já falta pouco para que os Tirsenses digam de sua justiça e ditem o futuro do concelho que todos amamos. É esperar para ver.