sábado, 8 de agosto de 2009

Câmara Municipal apresenta imod – nova incubadora de negócios criativos representa investimento de 4 milhões e 127 mil euros

“O nosso objectivo é dinamizar a cidade na sequência de várias candidaturas que temos vindo a apresentar”, afirmou Castro Fernandes na apresentação pública da “iMOD – Inovação, Moda e Design”, a nova Incubadora de Negócios Criativos a implantar nas instalações da antiga Fábrica do Teles e que deverá representar um investimento de 4 milhões e 127 mil euros.

“Este conceito de indústria criativa é um conceito muito recente em Portugal”, adiantou o presidente da Câmara de Santo Tirso, esclarecendo que o concelho tem uma “posição central” por diversas razões, nomeadamente pelo facto de “ter muitas e boas indústrias de vestuário e por a Autarquia ser proprietária da antiga Fábrica do Teles”. Ganha assim forma o novo Quarteirão Cultural da Fábrica do Teles, depois de ter entrado em funcionamento a Incubadora de Empresas de Base Tecnológica e depois de ter sido já garantido o financiamento para a construção de uma Nave Cultural e para o arranjo da Frente Ribeirinha da Fábrica do Teles, no âmbito da Parceria de Regeneração Urbana (PRU). Segue-se agora a criação da iMOD, a nova Incubadora de Negócios Criativos.

Assente numa “base sustentada”, como assegura o autarca, “este projecto pretende criar uma certa unicidade, permitindo responder às necessidades de revitalização do tecido empresarial local”. A iMOD vem dar conformidade à estratégia que tem vindo a ser estabelecida com projectos como a PRU, a remodelação da antiga Fábrica do Teles e a candidatura “Inventar a cidade”. A presente candidatura enquadra-se na Agenda Temática Prioritária para as Indústrias Criativas da iniciativa Norte 2015 promovida pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN) e articula-se com o Pólo de Competitividade de Moda e com a associação Fashion Cluster Portugal recentemente criada. Também presente na apresentação pública, Elisa Babo (responsável da empresa contratada para o projecto) explicou que o objectivo deste projecto é “por um lado, trabalhar e promover a ligação com a indústria e, por outro lado, desenvolver as práticas dinâmicas e culturais do concelho”, sempre com o intuito de “cultivar o empreendedorismo”. “Queremos trazer a cidade para este quarteirão cultural”, rematou acrescentando que se trata, de facto, “de um conceito de incubação diferente que associa a incubação de empresas e de projectos criativos a um espaço de convívio, de consumo cultural e de produtos de moda e de design”.

Enquanto incubadora, a “iMOD” concentrará as suas actividades criativas no sector da Moda. Para além dos espaços e dos serviços que se disponibiliza a oferecer às empresas e projectos que sejam admitidos para incubação. Propõe-se:

- Alavancar a capacidade das próprias empresas ou projectos incubados, fornecendo condições de escala na prestação de serviços de valor acrescentado – design de moda e outras serviços criativos, a outras empresas, designadamente, do sector do têxtil e do vestuário.

- Facilitar a comercialização no mercado final de produtos e serviços criativos das empresas e projectos incubados através de espaços comerciais próprios e da venda on-line.

- Apoiar a comunicação e promoção de produtos e serviços criativos das empresas e projectos incubados através de produção de “eventos de moda” e de acções de comunicação regulares.

- Desenvolver em parceria com parceiros estratégicos serviços de valor acrescentado nos domínios da formação, do marketing e comercialização e da comunicação, fundamentalmente orientados para o mercado da Moda e para o sector têxtil e do vestuário, contribuindo deste modo para a inovação e o reforço da competitividade destes sectores.

- Criar um “Laboratório de saberes/fazer tradicionais”, integrando áreas de produção artesanal e áreas profissionais tradicionais.

No estudo de benchmarking desenvolvido, e que possibilitou a visita a algumas experiências semelhantes, surgiu já a possibilidade de estabelecer parcerias internacionais com incubadoras de artes criativas, duas em Paris (Les Ateliers de Paris e CENTQUATRE) e outra em Lille e Roubaix (Maison de Mode). A Maison de Mode, no caso de Lille, onde se encontra o edifício-sede, inclui escritórios, a incubadora, a loja multimarcas, uma sala de exposições e as áreas técnicas (ateliers de costura/prototipagem, etc). O espaço de incubação “Les Ateliers de Paris” é limitado a 6 ateliês, sendo complementado por vários espaços de formação e uma ampla área de exposição. Por último, o “CENTQUATRE” (104) é um espaço aberto à produção e criação artística contemporânea, um “anti-museu” como os seus responsáveis gostam de o apresentar, que dispõe de vários ares de ateliês para residências artísticas.

É principal parceiro deste projecto a ESAD – Escola Superior de Artes e Design com a finalidade de contribuir para o reforço das competências e da capacidade técnica da nova estrutura e desenvolver formação nas suas áreas de competência. São igualmente parceiros a ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal e o Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal (CITEVE), com o que se pretende a valorização do seu conhecimento e know-how específico e a ligação global às empresas do sector, em termos de facilitação e desenvolvimento de processos de clustering e de networking, nomeadamente, no desenvolvimento de um mercado intermédio de prestação de serviços dos criativos incubados junto das empresas do sector têxtil e do vestuário. A Universidade Lusófona do Porto deverá fomentar a formação pós-graduada em domínios como o jornalismo de moda. A parceria com a Inovcapital, BETA e Vima Angels, possibilitará ainda a ligação preferencial ao sector financeiro mais especializado no apoio ao empreendedorismo e aos novos projectos empresariais spin-off e star-up’s).

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